A Lane enviou-me este artigo e eu identifiquei-me a 200% com tudo! Ora bem, pois para o mundo plus size “não sou gorda”, e até oiço “não sou plus size a sério”, mas no mundo “normal”, ai valha-nos nossa senhora que já tenho de perder peso!
Já tinha escrito sobre a minha frustração de sentir que estou num limbo em que não me encaixa em nada, apesar da moda Plus Size ser considerada a partir do nº 40 e eu já vestir um 42/44. Mas claro! Como não sou obesa nem muito gorda, já não posso ser Plus Size! Estou a roubar o lugar às outras 🙄
Pois então esta listinha transpõe na totalidade aquilo que eu sinto e decerto muitas meninas que são apenas “gordinhas” sentem:
1. Passas a vida a ouvir que não és gorda, só tens “ossos largos”.
2. O que faz com que sejas recriminada por gordos quando dizes que está acima do peso.
3. Ao mesmo tempo em que NUNCA te consideraram magra na vida.
4. E isso deixou-te extremamente confusa a vida toda em relação ao teu corpo.
5. Podes dizer que és especialista em desproporcionalidade.
6. Afinal, ou tens o pé maior do que o das outras meninas (muito verdade, eu uso 40/41 e tenho dificuldade em encontrar sapatos!)
7. Ou és muito mais alta ou baixa do que a maioria das mulheres (verdade, sou considerada alta para a média feminina).
8. Ou tens o peito muito maior do que o das outras meninas. (não tanto o meu caso 😛 )
9. Ou por fim, tudo isso junto.
10. Essas desproporções, no entanto, tornaram-te especialista em compras.
11. Entrando numa loja procuras as calças 40, 42 e 44.
12. E se duvidares, levas um 46 para garantir. (isto quando se encontra, que às vezes o máximo é mesmo o 42)
13. E na parte de cima levas um M, L ou XL.
14. Já na compra de biquínis, a coisa fica mais elaborada e precisas de lojas que vendem as partes de cima separadas da de baixo. (a tal proporcionalidade; eu posso usar um M em cima e um XL em baixo, em algumas marcas/tipos de roupa).
15. Muitas vezes simplesmente não entras em nada.
16. E tentas, então, uma loja plus size.
17. Só que parece que cabem duas de ti nessas roupas.
18. Mesmo escolhendo as calças tamanho 46, que no caso, é o S (pequeno) deles.
19. Resumindo: o 46 da loja do shopping não entra, e o da loja plus size fica largo.
20. Então, decides fazer algo para realmente emagrecer.
21. E és completamente hostilizada pelas pessoas do “Vigilantes do Peso” (“Weight Watchers” nos EUA) que diz que não és gorda.
22. És loucamente hostilizada pelas meninas fitness do ginásio.
23. E quando te resolves e decides que ficas bem com esses quilos a mais, a tua mãe já começa a dizer que estás “inchada”.
24. Até que descobres que não adianta lutar, aceitas o teu corpo como é e entendes que a melhor coisa a fazer é saber onde comprar roupas e não se importar em adequares-te a um padrão.
Excepto alguns pontos, identifico-me em tudo com este artigo, carregado de ironia mas com muita verdade de fundo. Decerto muitas meninas que são apenas gordinhas, ouvem que “não são Plus Size”. Mas são. Ao catalogarmos as Plus Size como tendo que ser assim ou assado já estamos a cometer o mesmo erro que a moda tradicional, em que a modelo tem de ter aquelas medidas, aquele peso, aquele tamanho. Estamos já a padronizar, algo contra o qual o movimento Plus Size e de Body Positivity na sua essência combate (criar padrões). Existe uma enorme variedade de corpos mesmo dentro do mundo plus size. Temos modelos que são só gordinhas (exemplo Ashley Graham) e modelos que são efetivamente muito gordas (exemplo Tess Holiday). Ninguém está a roubar o lugar a ninguém e por vezes vejo que muitas mulheres têm essa ideia e essa hostilidade. Não há razão para isso. Todas lutamos com as nossas com as nossas próprias dificuldades e inseguranças.
Este é um lugar de inclusão, aceitação e apoio entre as mulheres que não se adequam nos padrões da moda “tradicional”! 🙂
Artigo original e adaptado daqui.
Concordo plenamente com tudo! Andamos ali no meio, e não há “padrão” para nós… A luta é ainda maior…
mylipstickmarks.blogspot.pt
[…] 2 – o facto de haver modelos plus size “pequenas” (tamanhos 40, 42) não representa uma ofensa para quem é realmente gorda. Pelo contrário, quem é realmente gorda e critica haver tamanhos mais pequenos, aí sim, está a contribuir para que haja mais segregação na moda, criando um “Limbo” para quem não se insere em nenhuma das categorias. […]